Como Contratar um Arquiteto para sua Clínica ou Consultório

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Começar sua carreira, constituir uma nova sociedade ou simplesmente mudar sua clínica de endereço. Tem vários motivos para pensar em um novo espaço para atender seus pacientes, seja um consultório individual, uma clínica ou hospital-dia.

É neste momento que você vai precisar contar com o expertise de um arquiteto para garantir que seu espaço atenda a todas as regulamentações pertinentes, fique funcional, seguro, acolhedor, com a sua cara e ainda fique pronto o mais rápido possível.

 

Como escolher o arquiteto

 

A escolha do arquiteto não difere muito da escolha de um médico ou um dentista. Em geral o que mais funciona são as indicações (ou contraindicações) de colegas que já passaram pela experiência.

Dentre as indicações, tenha apenas o cuidado de verificar se o profissional tem familiaridade e experiência com arquitetura para a saúde (ou arquitetura hospitalar), pois há muitos detalhes bem específicos para essa área.

Um profissional muito bom, mas sem conhecimentos específicos, poderá atrasar sua obra por idas e voltas com órgãos fiscalizadores como a Vigilância Sanitária.

Não fique constrangido em consultar ex-clientes de cada um para saber como foi a experiência. Eles fariam o mesmo ao escolher você para um tratamento ou cirurgia.


Compare

 

Exceto se você realmente se encantar por um profissional, recomendo que entre em contato com pelo menos dois arquitetos e peça propostas.

Compare as propostas, não apenas no preço, mas também em outros componentes importantes deste documento, inclusive etapas anteriores a ele. Veja:

Antes do orçamento

 

Para propor os serviços que você precisa, o arquiteto vai pedir uma série de informações para entender suas necessidades e também as condições em que ele prestaria seus serviços a você. Uma espécie de anamnese.

Se ele não cuidar bem dessa etapa, poderá propor um escopo de serviços ou prazos que depois não vão atender suas necessidades e expectativas.

Isso poderá atrapalhar o cronograma de implantação da clínica ou, pior, gerar conflitos entre você e seu arquiteto ao longo do projeto e da obra.


O que o arquiteto precisa saber

 

Observe o cuidado do profissional nessa etapa de coleta de informações. Ele precisa conhecer a situação da clínica, por isso deve fazer perguntas importantes, por exemplo:

 

  • Quais atividades serão desenvolvidas na clínica? Haverá coleta de exames em laboratório parceiro? Haverá esterilização de materiais ou será externa? Haverá separação de resíduos recicláveis? E o enxoval, será todo descartável? Etc.

 

  • Em caso de clínicas em edifícios comerciais: quais são as normas internas do condomínio? Há limitações de horários e trânsito de materiais e maquinários durante a obra?

 

  • Em caso de reforma de um imóvel, ele deve querer conhecer o imóvel pessoalmente, para conferir as condições em que se encontra e o tipo de estrutura para entender sua flexibilidade para alterações, etc.

Propostas

 

Ao receber as propostas, verifique que elas contenham, pelo menos, as seguintes informações:

Escopo

O escopo é uma espécie de lista dos serviços que serão fornecidos. Por exemplo:

• Quantas reuniões com o cliente,

• Se for reforma, o levantamento cadastral da edificação, que é o desenho dela como está antes da reforma,

• Imagens 3D,

• Se inclui projeto das marcenarias (móveis a serem confeccionados sob medida),

• Iluminação,

• Visitas à obra.


Etapas

 

Em geral, todos os projetos arquitetônicos, ainda que sejam apenas de interiores, seguem mais ou menos o mesmo roteiro, e o pagamento das parcelas costuma ser atrelado à conclusão de cada etapa:

 

  • Estudo preliminar: quando a planta básica é definida, com a divisão dos ambientes e circulações.

 

  • Anteprojeto: quando já aparecem as peças sanitárias, algo de mobiliário (que a gente chama de layout), abertura de portas e janelas.

 

  • Projeto legal (ou para aprovação): quando a evolução do projeto para um pouquinho para preparar os desenhos que serão apresentados à Prefeitura, Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros e demais órgãos fiscalizadores. Assim, esses processos de aprovação podem começar enquanto é elaborado o Projeto Executivo.

Aliás, todo o processo de aprovação do projeto está incluso na proposta? Seu contador é quem vai fazê-lo? Certifique-se de que esteja claro de quem será essa responsabilidade, pois é uma grande burocracia que certamente precisa ser conduzida por um profissional.

  • Projeto Executivo: quando os desenhos vão para a obra e são usados pelos profissionais que vão executar a montagem da clínica. Também com esses desenhos é elaborada a planilha de quantificação e especificação dos materiais que serão usados.

 

  • Projetos complementares: são os projetos de instalações elétricas, hidráulicas, cálculo de estruturas, etc. Geralmente elaborados por engenheiros, que você pode contratar diretamente ou parceiros que seu arquiteto já está acostumado a trabalhar, o que costuma acelerar bastante o processo e evitar contratempos e incompatibilidades entre os diversos projetos.

 

Dica: se o seu arquiteto já tem parceiros para esses projetos, você pode pedir para ele incluir na proposta inicial. Assim você poderá prever seus custos e prazos com projetos e se planejar melhor.

 

Revisões e ajustes

 

Não é raro que você peça algumas alterações e ajustes quando receber o estudo preliminar e depois no anteprojeto.

Aliás, recomendo que só aprove o anteprojeto quando tiver certeza, pois fazer alterações no projeto legal ou no executivo vai complicar muito as coisas, atrasar a implantação da clínica e seu arquiteto poderá cobrar em separado.

Por isso é sempre bom já ficar claro na proposta: quantas revisões estarão inclusas no preço e nos prazos?

Prazos e preços

 

Imprescindível. Este item deve apresentar os prazos máximos para entrega de cada etapa. Poderá ser em dias úteis ou corridos e incluir condições, por exemplo, se o prazo vai se alterar se houver revisões ou se o prazo vai começar a ser contado a partir de ações suas (como aprovar por escrito a etapa anterior).

Quanto mais esclarecidos forem os preços e formas de pagamento, melhor. Afinal, combinado não sai caro!

Comparando as propostas

 

Provavelmente você já sabe o que vou dizer: só se podem comparar preços de laranjas com laranjas. Como estão os escopos? São iguais? Incluem os mesmos serviços? Se a resposta for “não”, então não será seguro escolher pelo preço, não é mesmo?

Se você ficar muito indeciso entre dois profissionais, não hesite em pedir que alterem os escopos, incluindo ou excluindo itens, de forma a que fiquem iguais.

 

Dica extra: as propostas costumam ser feitas sobre um template, até para manter um padrão. Mas vejo muitos colegas elaborando as propostas com pressa, esquecendo de conferir detalhes, como a sequência numérica dos itens ou a repetição de especificações. Parece preciosismo, eu sei. Mas se você parar para pensar: se o profissional não teve esse cuidado com o que apresenta a você num momento em que quer te “conquistar”, será que vai ter cuidado com o projeto depois que a contratação estiver garantida?

Estas recomendações estou te dando a partir da minha experiência sendo contratada e participando de concorrências, mas pode ser que eu tenha esquecido algum detalhe que seja importante pra você, quero MUITO saber!

Fique à vontade para perguntar, aqui nos comentários, por e-mail ou WhatsApp.

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